segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Atestado de Mediocridade

O Internacional de ontem, no Beira-Rio, definiu com extrema competência o conceito de mediocridade. A fraca atuação, especialmente no primeiro tempo, fez a torcida perder a paciência. A igualdade com o Figueirense, eterno medíocre da série A, atesta de maneira inexorável tal condição no Inter de hoje.

Mediocridade vem do latim Mediocritate, e, ao contrário do que pode-se pensar, não indica algo ruim. Aprendemos a entender medíocre como "mau", "desprezível". Não é. Pela raiz da palavra, medíocre é sinônimo de mediano.

Mediocridade, pois, não é necessariamente algo negativo. O Ipatinga, por exemplo, em seu sonho mais louco, seria um time medíocre na elite do futebol brasileiro; assim como muitos que se dizem grandes hoje o são.

O competidor médio não fica em último. Tampouco ganha títulos. Fica por ali, no meio. A idéia nos soa negativa porque aprendemos desde pequenos, como humanos ambiciosos que somos, a almejar o melhor. Tendemos a não nos contentar com o moderado. Nada mais natural; é preciso ambição. Não aquela ambição obsessiva, egoísta, mas algo que nos leve ao desejo de triunfar.

A idéia de mediocridade, contudo, soa definitivamente negativa quando associada ao Internacional. Especialmente pela expectativa gerada sobre o clube, apontado no início do ano como favorito ao título nacional pela mídia de todo o país. O Inter de hoje, quase religiosamente, ganha em casa e perde fora. Nesta semana, fecha o primeiro turno na 10ª colocação, a mais medíocre possível. Houvesse 21 equipes no campeonato, não haveria dúvidas: lá estaria este Internacional em 11º, separando os dez mais vitoriosos dos dez de baixo da tabela. Esse é o papel do medíocre. Nunca em baixo, nunca em cima, sempre na média.

No âmbito nacional, e talvez continental, o Colorado tem um elenco galáctico. Houve perdas, saíram ídolos, mas houve reposições. Não há adversário mais forte. Nenhum. O Grêmio, com um elenco bom – e não mais que bom – lidera a competição com sobras. Em um campeonato como esse, o Inter tem os primeiros lugares como uma desconfortável obrigação.

Agora, é preciso recomeçar. O Gre-Nal surge, nesses tempos turbulentos, como uma ótima oportunidade. Será preciso uma grande mobilização, tanto do clube quanto da torcida, para o Internacional chegar à condição que dele se espera, mas há boas notícias: Gustavo Nery provou-se um excelente reforço, Daniel Carvalho voltou e D'Alessandro está liberado.

Será no Gre-Nal de quarta-feira a chance Colorada de sair da mediocridade. E em grande estilo.

Um comentário:

Redação UBPC disse...

Quando isso aqui se tornou um blogue sobre o Inter?