sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Noite de Júbilo no Beira-Rio

Foi um verdadeiro duelo. O Internacional era superior, como se mostrou ao longo de toda a competição, mas o adversário era argentino. Foi bonito. E sofrido, como todos imaginavam – exceto aqueles que não conhecem o povo que habita o outro lado do Rio Uruguai.

O jogo começou bem, com o Inter começou pressionando. Nos primeiros vinte e cinco minutos de jogo, os 50 mil colorados presentes no Beira-Rio levaram o time a permanecer incessantemente no campo adversário. A defesa, mesmo sem Índio, mostrava-se absoluta como sempre. Andrezinho, embora pecasse algumas vezes na marcação, foi soberbo – um verdadeiro Guiñazú negro. D'Alessandro foi... D'Alessandro.

Mas faltava a conclusão.

Mesmo bem substituído, Guiñazú fez falta. Sua ausência obrigou os donos da casa a tentar jogadas pelos flancos, com cruzamentos infrutíferos diante da magnífica marcação platina. Passada a pressão inicial, o Estudiantes atacou e passou ele a pressionar. Ameaçou sempre, e conseguiu abrir o placar no segundo tempo.

O resultado levava a partida à prorrogação. O Internacional sentiu o gol e se abateu. Pouco antes, Tite errou ao tirar Andrezinho. Alex, o melhor jogador brasileiro do ano, não estava em noite inspirada e foi substituído.

Foi preciso que viesse a prorrogação para o Colorado retomar as ações. D'Alessandro, o novo ídolo do Beira-Rio, chamou a responsabilidade e passou a ditar seu ritmo. O jogo se encaminhava para os pênaltis. Diziam que o Estudiantes treinara para esta situação no dia anterior, tendo seus jogadores acertado 48 de 50 cobranças. Eu preferia acreditar que o número atestava a incompetência do goleiro porteño. Nilmar não quis descobrir. Em um entrevero na área argentina, após escanteio cobrado por D'Alessandro, o atacante aproveitou rebote e concluiu com a perna esquerda.

Abalado, os argentinos tiveram dois jogadores expulsos. Chegaram a ameaçar, com um chute de longe, mas não poderiam ser campeões. Deu Inter, na soma dos resultados, 2 a 1. Há discussão sobre o resultado final, a fim de determinar se o Inter foi ou não o primeiro campeão invicto do torneio. A prorrogação faz parte do segundo jogo ou é um resultado à parte?

Pouco importa. O Internacional, no crepúsculo de seu primeiro século, é campeão de tudo.


P.S. Agradeço ao meu amigo Eduardo Nunes (http://operiscopio.wordpress.com/), gremista, pela idéia do título.