domingo, 2 de setembro de 2007

Hilários

Esses americanos realmente me fazem rir... às vezes.

Pois eis que o senador republicano Larry Craig, do estado de Idaho, é envolvido nesta semana que passou em um escândalo sexual. Nossa memória pode nos remeter imediatamente a Kenneddy (o John, pois Bobby ganhou recentemente um filme no qual é bonzinho) ou a Clinton, nos famosos casos de felação no salão oval da Casa Branca. Pois nossas lembranças, como fazem muitas vezes, enganam; o senador em questão foi associado a assédio sexual em um banheiro... masculino!

O policial, no seu respeitável papel de agente da segurança pública, denunciou o senador e o prendeu no local como vítima de uma investida "lasciva", com "clara intenção sexual". O nobre senador se defendeu dizendo que nada tinha feito de errado e que não era gay. Com essas sábias palavras, ele conquistou a ira tanto da cúpula republicana quanto da comunidade gay norte-americana. Não lhe restava outra saída que não a renúncia. Na despedida, pediu desculpas ao sofrimento que causou à sua família e ao estado que representou por três mandatos.

O hilariante Larry Craig, ultraconservador, representa justamente o partido que inflige todo empeço possível ao casamento homossexual ou a quaisquer direitos a minorias votados (e derrotados) no glorioso Congresso estadunidense. Craig, embriagado em sua empáfia conservadora, esqueceu que ele próprio se inclui no grupo cujos direitos ajudou a revogar. Se esquece que as vítimas de suas sanções tiveram a mesma sensação na pré-adolescência; a mesma atração pelo gênero "errado"; o mesmo sentimento de exclusão alimentado pela sociedade retrógrada que o partido republicano ajuda a construir e a manter.

Dentre os republicanos há também outros casos hilários e intrigantes. O senador David Vitter, por exemplo, um valoroso defensor da moral familiar e dos bons costumes, foi forçado à renúncia após seu nome ser descoberto em um site de procura de "acompanhantes". Ou o deputado Mark Foley, que presidia um grupo dentro do Congresso responsável pela defesa de menores desaparecidos ou explorados. Sim, presidia, pois foi divulgado em rede aberta o conteúdo de linguagem sexual explícita de um de seus inúmeros emails endereçados a adolescentes. Do mesmo sexo, para fins de curiosidade.

A hipocrisia republicana não se detém nas questões de guerra, como podemos ver. Sou forçado a admitir – muito embora ainda esteja decepcionado com meu âmbito – que, graças à imprensa, a roupa suja começa a ser lavada com mais freqüência. No Congresso ou nos banheiros públicos.

Esses americanos são realmente hilários...

2 comentários:

Redação UBPC disse...

"Hilários"? Não estou rindo. Pelo contrário: é mais fácil chorar frente à estupidez humana.

Enquanto isso, o Renan Calheiros come uma bela "jornalista" sem camisinha, tira dinheiro não se sabe de onde para pagar-lhe a pensão e ainda recusa-se a renunciar.

Se lá nos Esteites o cara pega o banquinho e deixa o cargo ao ser pego num banheiro, por aqui a cara de pau é tão grande que eles não largam o osso, nem com toda a merda que já bateu no ventilador.

Pedro Heberle disse...

Eu cansei de chorar, Edu. Prefiro me divertir com hipócritas sendo pegos com a mão na cumbuca – e em otras cositas más...