domingo, 2 de setembro de 2007

Chora Paris, choro eu.

Caminho só. Solitariamente embalado nos braços frios do vento parisiense. Já não trago o fascínio dos meus primeiros tempos nesta cidade, que certamente é uma das mães daquilo que convencionamos chamar de cultura ocidental.

Já não me importo tanto com esse amontoado de museus, avenidas largas e monumentos mais antigos que o meu país. A falta aguda que causas em mim soube sorrateiramente tomar conta dos meus pensamentos e uma a uma minhas saudades pela família, pelos amigos e pela minha terra cederam espaço a uma única e doída lembrança: a tua.

Não que eu sinta que tenha te perdido, pra falar a verdade nem penso nisso, sinto apenas que esses nove mil quilômetros e um oceano que nos separam me estão privando de ter-te aqui caminhando ao meu lado e pronunciando aquelas poucas palavras que conhecemos da língua de Proust, que por sinal, estudamos juntos.

Depois de percorridas estas ruas, regressarei. Como bom filho, à casa torno. Junto a mim irão estas lembranças e o conhecimento que ganhei – remoído e recordado só fará aumentar. Também levarei a saudade, que agora será de ti, Cidade Luz, e não daquela que deixei e que logo me trará o riso de volta.




Esse texto, magnífico, é da autoria de Felipe Martini, o Pepe – meu colega, meu amigo –, realizado para uma tarefa da aula de Português, onde compartilhamos histórias e escrevemos um sobre o outro.
Se queres ler mais coisas do Pepe, acesse seu blog: http://semeadura.blogspot.com/

3 comentários:

Felipe Martini disse...

meu colega, meu amigo, tu bem que poderia me convidar pra sair de vez em quando!
=]

Pedro Heberle disse...

Desculpa, cara, mas contigo é só amizade. Além do mais, aquela que me trouxe o riso de volta não ia gostar.

:P

Rodrigo disse...

=]